Por que o 11 de Setembro nunca terminou no Afeganistão – 04/09/2021 – Ilustríssima

Por que o 11 de Setembro nunca terminou no Afeganistão – 04/09/2021 – Ilustríssima


A jornalista Simone Duarte, convidada desta semana do Ilustríssima Conversa, já se apresentou muitas vezes dizendo “você não me conhece, mas já ouviu a minha voz”.

Isso porque, na manhã de 11 de setembro de 2001, ela entrou ao vivo de Nova York no plantão da TV Globo para narrar o atentado terrorista que começava a ganhar forma.

À época chefe da Redação da emissora na cidade, Duarte descreveu o caos depois do choque dos aviões contra as Torres Gêmeas —os contornos do que estava por vir foram se tornando nítidos ao longo da transmissão, quando houve a confirmação de que o Pentágono também tinha sido atingido e os prédios do World Trade Center desabaram.

No livro “O Vento Mudou de Direção: o Onze de Setembro que o Mundo Não Viu” (Fósforo), a jornalista decidiu se voltar para as consequências desse dia trágico na vida de sete pessoas de outros pedaços do mundo, onde o 11 de Setembro nunca terminou.

Ahmer, menino-bomba treinado pelo Talibã paquistanês, Gawhar, médica afegã que se arrepende de ter fugido do país e ido morar na Áustria, e Baker Atyani, jornalista para quem Osama bin Laden anunciou que estava planejando um ataque contra os Estados Unidos, são alguns dos personagens cujas memórias dos anos da guerra ao terror o livro reconstitui.

Na conversa com o repórter Eduardo Sombini, a autora falou sobre a tentativa de humanizar os outros da história do 11 de Setembro, menos conhecidos no Ocidente, e a necessidade de quebrar os estigmas que ainda cercam o mundo islâmico.

Simone Duarte também discutiu os resultados da ocupação americana no Afeganistão e o que pode acontecer no país com a volta do Talibã ao poder depois da retirada das tropas dos Estados Unidos.



É como se uma vida perdida no World Trade Center valesse mais que uma vida perdida no Iraque, no Afeganistão ou no Paquistão. Eu acho isso muito triste. A Guerra ao Terror é o 11 de Setembro que o mundo não viu. Quantas pessoas morreram e tiveram que sair de suas casas? Quantas pessoas moram em um país que não é o seu e estão separadas das suas famílias? Isso é muito duro. A gente tem que resgatar essa humanidade e olhar o outro de maneira diferente

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O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.

Já participaram do Ilustríssima Conversa Natalia Viana, que discutiu a politização das Forças Armadas, Camila Rocha, pesquisadora da nova direita brasileira, Antonio Sérgio Guimarães, que recuperou a história do antirracismo no Brasil, Eugênio Bucci, que defendeu que redes sociais extraem o olhar de seus usuários, Rafael Mafei, autor de livro sobre a história do impeachment no Brasil, Kauê Lopes dos Santos, que debateu a economia política de Gana, Rosa Freire D’Aguiar, organizadora de coletânea de cartas de Celso Furtado, Fábio Kerche e Marjorie Marona, que fizeram um balanço dos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, Regina Facchini e Isadora Lins França, organizadoras de livro sobre direitos LGBTI+ no Brasil, Alessandra Devulsky, autora de livro sobre racismo e colorismo, Idelber Avelar, que discutiu a ascensão do bolsonarismo, e Christian Dunker, psicanalista que reconstituiu a história da depressão, entre outros convidados.

A lista completa de episódios está disponível no índice do podcast. O feed RSS é https://folha.libsyn.com/rss.​

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