Sonho paralímpico prestes a ser realizado

Sonho paralímpico prestes a ser realizado


Reportagem: Helena Marquardt/DAV

Participar dos Jogos Olímpicos pode ser considerado o auge da carreira de qualquer atleta, afinal a competição reúne os melhores do mundo em cada modalidade. Para o nadador Bruno Becker da Silva, esse sonho está prestes a ser realizado nos próximos dias. Ele é o único representante do Alto Vale que vai disputar as paralimpíadas e já sonha em voltar para casa com uma medalha na bagagem.

O rio-sulense embarca no dia 5 de agosto em Guarulhos rumo ao Japão onde chega no dia 6 de agosto no aeroporto de Narita. De lá ele segue para a cidade de Hamamatzu onde se hospedará em um hotel que fica perto de centros aquáticos da região e só depois segue para a Vila Olímpica.

Becker conta que sempre quis representar a Seleção Brasileira nas paralimpíadas e a participação nos jogos será a realização de um sonho. “Nos jogos do Rio 2016 esse já era meu desejo, mas acabei indo apenas para assistir. Agora estou tendo realmente a oportunidade de competir pela primeira vez numa paralimpíada e fazer valer o esforço de toda uma vida. Será um momento muito especial e que foi muito esperado, foram anos de treinos para poder chegar lá e trazer essa alegria para Rio do Sul e região”.

Mas os dias que antecedem a disputa vão exigir mais esforço do que nunca do atleta. A rotina foi intensificada com treinamentos mais específicos. “Os treinos acabam sendo de mais velocidade e a gente realmente sai da água exausto, mas ainda segue para a academia. Há toda uma preparação com uma equipe multidisciplinar composta de educador físico, fisioterapeuta e nutricionista e é uma rotina bastante cansativa, mas eles nos dão força para que eu possa entregar sempre um resultado melhor”.

A primeira prova de Bruno, a dos 200 metros, está prevista para o dia 29 de agosto e Bruno está confiante que nessa primeira disputa consiga chegar a final. “Venho treinando muito para batalhar por um pódio nos jogos de Tóquio. Sigo tentando melhorar minhas marcas e estou bem esperançoso de fazer um ótimo campeonato”, disse.

Para conquistar a medalha tão sonhada o atleta terá que vencer grandes nomes da natação. Entre os principais adversários da classe C2 estão um russo que tem os dois braços e as duas pernas, um chileno também com os dois braços e duas pernas e um outro brasileiro que tem apenas as duas pernas. “Na minha classe sou o único que nada com apenas um membro, mas acredito que meu maior adversário serei eu mesmo com o cronômetro. Farei o meu melhor e quero sair de lá com a sensação de dever cumprido”.

O nadador diz que esperava que em sua primeira paralimpíada pudesse contar com o apoio presencial de brasileiros, mas como isso não é possível em virtude da pandemia ele agradeceu quem torce por ele mesmo de longe. “Agradeço por toda a força que recebo. Sei que não poderemos ter a presença de público e nem vamos poder prestigiar os nossos colegas que vão competir, então será um campeonato bem atípico, mas de qualquer forma daremos o nosso melhor superando todas as barreiras”.

Nas paralimpíadas ele disputa várias provas. No dia 29 de agosto serão os 200 metros nado livre S2, no dia 31 de agosto os 50 metros peito classe SB2, no dia 2 de setembro os 50 metros nado livre S3.

Esporte como incentivo a inclusão

Com a participação nas olimpíadas, Bruno Becker afirma que quer trazer uma nova visão para pessoas com deficiência de como o esporte pode trazer benefícios e mudar vidas, uma verdadeira lição sobre inclusão. “Quero deixar uma mensagem que cada um deve acreditar no seu potencial e que a pessoa com deficiência deve ser valorizada, ser vista com outros olhos. O esporte traz a oportunidade de uma nova realidade e através dele essas pessoas podem se sentir ativas, que não fiquem sentadas numa cadeira esperando o tempo passar. Se estou abrindo portas é para mostrar que é possível”, finaliza.


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