
Diário do Alto Vale | Família troca fumo por plantação de uva

Reportagem: Rafaela Correa/DAV
É preciso coragem para mudar e foi isso que uma família de José Boiteux teve há alguns anos. Eles largaram o cultivo de fumo no centro do município para plantar uva. Após mais de oito anos, a produção já é de 14 toneladas e a expectativa é produzir 20 na próxima safra.
Sandro Luiz Meneghelli é um dos proprietários da plantação. Ele conta que tudo começou no ano de 2013, quando foram plantadas cerca de duas mil plantas como forma de complementar a renda obtida com o cultivo do tabaco.
“A gente começou tudo em 2013. Nossos pais eram fumicultores e a gente também, meu irmão foi policial militar e voltou a trabalhar em José Boiteux e tivemos a ideia de ter uma renda alternativa, então decidimos plantar uva, porque o terreno não era muito grande, mas era viável pelas terras bem localizadas. Começamos em 2013, implantamos um hectare, cerca de duas mil plantas e em 2016 ela deu a primeira carga, mas continuamos plantando fumo”, revela.
Ele e o irmão são sócios. A primeira carga da produção em 2016 não foi totalmente vendida e para que a produção não fosse desperdiçada, um amigo da família incentivou a usar a fruta para fazer vinhos.
“Colhemos cerca de sete toneladas de uva e não conseguimos vender tudo, então um amigo nosso nos ensinou a fazer vinho e começamos a produzir a bebida. Foi pouco, só do que sobrou e era um vinho bem artesanal, nós doamos tudo para ver se as pessoas gostavam.”, conta.
Após algum tempo de plantio a família aumentou o número de plantas da propriedade para cinco mil e, consequentemente, a produção também cresceu. De 2016 para a de 2021, a safra praticamente dobrou.
“Esse ano produzimos 14 toneladas. Desde 2017 a produção está sendo vendida em casa e sai muito bem, o vinho também e de mil garrafas hoje já são seis mil garrafas que a gente vende em casa e em feiras. Algo simples, artesanal”, ressalta.
E se antes a uva era apenas uma forma de complementar a renda, hoje ela já é a única da propriedade e a família não se arrepende. “Nós já largamos o fumo e vivemos só da uva, meu irmão ainda é policial militar aqui na cidade, mas na propriedade é só isso. Plantamos mais um hectare agora, são quase cinco mil pés e variamos os tipos plantados Nós começamos com a Niágara rosada e agora temos a bordô e a branca”, destaca.
Questionado sobre a expectativa para os próximos anos, Sandro afirma que o objetivo é mais que duplicar a produção. “A expectativa de produção para o próximo ano é de 20 toneladas, mas no auge da vida adulta dela, deve dar umas 40 toneladas a quantidade de pés que temos plantados aqui”, completa.