
Diário do Alto Vale | Celesc alerta para perigos de vegetação na rede

Reportagem: Rafaela Correa/DAV
Santa Catarina é um estado com muitas áreas de reflorestamento de eucaliptos e pinus. Por isso, a Celesc alerta para os perigos e danos que podem ser provocados pela vegetação na rede elétrica. Segundo o gerente da unidade local da Celesc, Manoel Arisoli Pereira, cerca de 60% das ocorrências de falta de energia no Alto Vale são em razão da vegetação na rede, sobretudo cascas de eucalipto.
De acordo com informações repassadas pela Celesc, os trabalhos de limpeza e poda estão sendo intensificados, mas mesmo assim, o problema continua sendo uma das principais causas das interrupções de energia. No ano de 2021, por exemplo, quase 15% das quedas do fornecimento foram registradas por esse tipo de acidente
O diretor de Distribuição da Celesc, Sandro Levandoski, ressalta que, em algumas regiões, esse índice pode ser maior e destaca a necessidade da participação da comunidade para que o limite de afastamento de árvores da rede elétrica seja respeitado.
“A Celesc investe, anualmente, um valor significativo em ações para amenizar o problema, mas isso não é suficiente diante da demanda em Santa Catarina. A população, em especial os agricultores, têm uma participação muito importante nesse processo, com o respeito ao afastamento previsto em lei. Com as ações da Celesc e o envolvimento da sociedade, poderíamos ter uma convivência muito mais harmoniosa entre a vegetação e a rede elétrica, garantindo que o fornecimento não sofresse tantas interrupções motivadas por esse problema”, destaca o diretor Sandro Levandoski.
Ele destaca ainda que, nas áreas particulares, o plantio e a manutenção de árvores em distância segura da rede elétrica, que são 15 metros de cada lado da rede elétrica, no caso de árvores de grande porte, são soluções simples que podem ser adotadas pela população de forma preventiva.
Para o gerente local de Rio do Sul, existem apenas duas soluções. “Que o reflorestamento de eucalipto respeite a faixa de 15 metros para cada lado. Que o reflorestamento de pinos respeite a faixa de 7,5 metros para cada lado e que a Celesc continue a instalação de cabos protegidos em substituição à cabos nus”, pontuou.
Em relação à substituição dos cabos, Manoel ressalta que dos 7.500 quilômetros de rede rural no alto Vale do Itajaí, a unidade já substituiu cerca de 1000 quilômetros. “Isso porque cerca de 60% das ocorrências de falta de energia são ocasionadas por vegetação. Principalmente cascas de eucaliptos”, afirma.
O gerente do Núcleo Planalto, Gladimir Jeremias, acrescenta que, além da interrupção do fornecimento de energia e dos consequentes prejuízos aos consumidores, a presença de vegetação próxima à rede elétrica também representa insegurança à população.
“É um problema que vai além da falta de energia elétrica. Há os riscos para a população que está próxima a esses locais, principalmente quando ocorre a derrubada da floresta. Quando uma árvore cai sobre a rede, pode provocar um curto-circuito ou mesmo um incêndio, colocando em risco pessoas e também animais”, enfatiza.