Descobri um tumor cerebral depois de quebrar o pé e cancelar uma viagem – 02/01/2022 – Casos do Acaso

Descobri um tumor cerebral depois de quebrar o pé e cancelar uma viagem – 02/01/2022 – Casos do Acaso


Em novembro de 2019, eu e meu marido tínhamos passagens compradas para Portugal. Uma semana antes do embarque, tropecei na rua e quebrei o pé. Após muitas lágrimas (minhas), suspendemos a viagem.

Na data em que estaríamos no meio do passeio, um cano misterioso resolveu estourar no meio da parede e inundou nossa casa, que já estava à venda havia dois anos.

Chamamos nosso amigo e pedreiro para o reparo. Como tínhamos o dinheiro a ser gasto na viagem e o tempo ocioso, nosso e do Pedro, resolvemos fazer uma muito adiada e grande reforma na casa, já que não conseguíamos vender mesmo.

No decorrer da obra e com todo o estresse causado por ela, tive uma gigante crise de enxaqueca. Nunca dei bola para essas crises, mas, dessa vez, minha filha me obrigou a buscar socorro em um pronto-atendimento. Por pura rotina, me submeteram a uma tomografia. Bingo, encontraram um meningioma.

No meio disso tudo, o coronavírus estourou o Brasil. Na mesma semana em que acabou a reforma, começou o isolamento. Minha cirurgia foi adiada indefinidamente e passamos esse tempo na nossa casa linda, confortável e não vendida.

No início de 2021, não pudemos mais esperar e fui submetida à cirurgia. Para os neurocirurgiões, esse é um dos procedimentos mais rotineiros —se é que abrir o crânio de alguém pode ser simples! São todos gênios mesmo!

Para mim, não foi tão fácil. Passei muito mal e tive algumas complicações.

Quando eu estava ainda penando com a recuperação, minha irmã foi visitar o túmulo do nosso querido irmão Jair, falecido há mais de dez anos, de forma muito triste para nós todos. Ela pediu a ele que nos ajudasse na vida e, em especial, me desse uma força nesse momento.

Poucos dias depois, apareceu uma moça interessada em comprar nossa casa. Nos visitou e se encantou com tudo o que me encanta aqui. Quando sentamos para fechar o negócio e vimos nossos nomes, descobrimos que ela foi uma grande amiga do meu falecido irmão no passado.

Foi um momento de muita emoção para nós. Foi como se ela, entre tantos compradores e tantas casas, tivesse sido guiada até aqui.

Em resumo: se eu não tivesse quebrado meu pé, se nós tivéssemos ido para Portugal e se o cano não tivesse estourado, não teria sido feita a reforma, o meningioma não teria sido descoberto tão cedo e a casa não teria chamado a atenção da compradora, que, por sua vez, veio até nós na hora certa.

Que meu irmão e os nossos lá de longe continuem nos ajudando em nosso novo endereço e em nossas novas etapas da vida.

​Para participar da série Casos do Acaso, o leitor deve enviar seu relato para o email casosdoacaso@grupofolha.com.br. Os textos devem ter, no máximo, 5.000 caracteres com espaços e precisam ser inéditos, não podem ter sido publicados em site, blog ou redes sociais. As histórias têm que ser reais e o autor não deve utilizar pseudônimo ou criar fatos ou personagens fictícios.


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